sexta-feira, 7 de maio de 2010

NOVAMENTE AQUI


Pequei novamente. Por que só após o ato é que consigo sentir a beleza de uma vida santa diante de Deus? Por que não tive essa consciência, essa intuição antes de pecar? Por que só agora que colho os frutos amargos do pecado é que sinto vontade de me consagrar. Quando a compulsão me provocava não havia espaço para pensamentos puros, para ideais santos. O que povoava meu pensamento era o desejo de satisfazer a carne, de aliviar a tensão. Onde estava a mente de Cristo? Onde estava o “bramido da alma que como corsa suspira”?
Só agora a alma lembra do gozo do espírito? Só agora lembro que meu corpo é templo e morada do Espírito-Santo?
Tantas questões e tão pouco tempo. Sim, pois o que é a vida se não um sopro. Jesus a compara com uma flor delicada, frágil. O tempo de nossa vida é efêmero, curto demais se comparado com outras dimensões do universo. Fora essa limitação de nossa vida ainda há o agravante da falta de tempo. Vivemos correndo. Se somarmos tudo isso o que sobra é quase nada para servir ao Criador de nossas vidas. Mas insistimos em utilizar esse pouco tempo em deleites que desonram nossas vidas cristãs e que desrespeitam o Senhor.


domingo, 14 de fevereiro de 2010

O ESCRAVO


Adeus tempo de ingenuidade. Essa época demorou a passar mas finalmente se encerra em minha vida. Já não acalento mais ilusões em relação a minha vida nem em relação a humanidade. É o fim da era dos grandes ideais. As coisas agora devem ser mais práticas e utilitárias. Conheço meu lugar. Sei que as coisas poderiam até ser um pouco diferentes mas devido a minha herança aliada a minhas escolhas o resultado foi esse: um arremedo de intelectual, patético e ridículo diante da sociedade. Feio, pobre e preto. É só o que resta.


Essas palavras não são ditas com rancor. Sinceramente hoje posso pronunciá-las sem constrangimento. É o que sou, não poderia ser diferente, ou não? Dos três adjetivos acima só um poderia ser mudado: a pobreza. Mas como mudar se minha personalidade pusilâmine não permite. Se minha ociosidade, inconcientemente e eufemisticamente nomeada por mim de “personalidade contemplativa” se transformou em uma barreira intransponível para qualquer tipo de ascenção (social, econômica, espiritual). Me transformei em prisioneiro de mim mesmo, ou melhor, de minhas fraquezas, meus embaraços: Escravo.


Tenho muito medo. Mas apesar desse medo, continuarei aqui e verei onde essa história vai dar.